Vizualizar Versão Completa : China desabilita funções de busca do Google


tpcs_90
22-06-2009, 02:28 PM
O governo chinês desabilitou algumas das funções de busca no site em chinês do Google, na sexta-feira, alegando que o os resultados de buscas do site estavam oferecendo número excessivo de links para conteúdo pornográfico ou vulgar. Funcionários do governo chinês se reuniram com executivos das operações chinesas do Google na tarde de quinta-feira, e os advertiram de que a empresa seria punida caso o material considerado como ofensivo pelas autoridades não fosse eliminado nos retornos de buscas que o site oferece, de acordo com uma reportagem veiculada na sexta-feira pela agência de notícias estatal chinesa Xinhua.
Algumas horas mais cedo, na quinta-feira, um grupo de vigilância da internet que opera com aprovação oficial do governo, o Centro de Fiscalização de Informações Ilegais de Internet da China, havia divulgado um comunicado no qual criticava o site de buscas pelo conteúdo erótico apresentado em seus retornos, e ameaçava a empresa de medidas punitivas da parte do governo. A organização informou que o Google chinês já havia sido advertido por duas vezes quanto aos problemas em seu conteúdo, em janeiro e abril.
Na noite de sexta-feira, o recurso de busca por associação de palavras que costumava funcionar no site parecia estar desativado. É esse recurso que exibe um cardápio com diversas alternativas de busca quando a pessoa começa a digitar seus termos de busca no Google. Na noite anterior, repórteres da Televisão Central da China, uma rede estatal de TV, haviam demonstrado como digitar no site de buscas a palavra chinês para filho, "erzi", poderia resultar em cardápios de sugestões que incluíam termos de conotação lasciva.
As organizações noticiosas estatais chinesas também reportaram que a possibilidade de usar o site chinês do Google para realizar buscas em sites de fora do país estava supostamente desabilitada, mas um teste demonstrou que ela continuava a funcionar na noite de sexta-feira.
O Google divulgou um comunicado no qual afirmava que está envidando esforços ainda maiores para manter a limpeza de seu site de buscas na China. "Nós temos trabalhado constantemente para remover o conteúdo pornográfico e qualquer material prejudicial a crianças que encontremos em nossos resultados de busca para a Web chinesa", afirma o comunicado.
Ainda que o Google domine o mercado dos serviços de busca nos Estados Unidos, na China a empresa enfrenta sérias dificuldades para superar a Baidu, uma empresa chinesa que há muito opera o mais popular dos sites de busca do país.
Os recentes esforços do governo chinês para limitar o acesso dos usuários à internet vêm sendo recebidos com indignação pelos internautas chineses. As reações mais fortes se referem a um plano do governo para forçar os usuários de computadores a instalar em suas máquinas um software de censura ao conteúdo da web, que vigorará para todos os computadores novos vendidos no país a partir de 1° de julho. Os críticos dizem que o software, conhecido como "Represa Verde - Escolta da Juventude", pode ser usado também para censurar sites que apresentem conteúdo considerado como politicamente inaceitável pelas autoridades do país, ainda que o governo venha insistindo em que o uso principal do software vá ser o bloqueio do acesso a conteúdo pornográfico.
Os especialistas em computação também afirmam que o software de censura pode aumentar a vulnerabilidade de um computador à invasão por hackers. Esta semana, os programadores de computação responsáveis pelo software anunciaram que haviam encontrado maneiras de corrigir esses problemas. Mas na sexta-feira, J. Alex Halderman, professor de ciência da computação na Universidade do Michigan, informou que uma das versões corrigidas do programa de censura apresentava brecha de segurança tão grave quanto a encontrada na versão original.
Em um relatório divulgado na internet, Halderman afirmou que ele e sua equipe de pesquisa haviam detectado a vulnerabilidade do software corrigido com apenas uma hora de trabalho.
"Isso sugere que os problemas de segurança do Represa Verde serão mais difíceis de corrigir do que o governo chinês vem sugerindo", afirmou Halderman em mensagem de e-mail. "Provavelmente, será impossível garantir que o software esteja seguro o suficiente para uso antes do prazo de implementação da norma, em 1° de julho".

Créditos www.terra.com.br/tecnologia (http://www.terra.com.br/tecnologia)
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